terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Lúcia Hippólito e pesados louros retroativos a Dilson Funaro, de saudosa memória.

Dizia Lúcia Hippólito aqui

"Políticos elegiam-se prometendo moratória, ou auditoria na dívida externa. Em 1986, o Brasil chegou a declarar moratória, e o ministro da Fazenda, Dilson Funaro, era aplaudido nas ruas."

eu comentei (aliás, agradeço estes estímulos a escrever):

Naquela época eu já vivia deste lado do universo, então como todo outro ser humano, sei que Dilson Funaro não era aplaudido nas ruas por ter declarado a moratória em 1986, simplesmente porque ele não o fez. Naquele ano foi implantado o Plano Cruzado, que basicamente consistia no fim da correção monetária e no congelamento de preços. A moratória foi declarada por José Sarney em 1987, em cadeia nacional de rádio e TV, após o fracasso do plano Cruzado II. Garanto-lhe que então já não havia ministro ou presidente sendo ovacionado pelos "fiscais do Sarney" do ano anterior. A única moratória de alguma relevância decretada em 1986 foi a moratória internacional à caça de baleias, vigente até os nossos dias. Moratória esta, aliás, freqüentemente desrespeitada.


Gostaria de acrescentar que creditar a eleição de qualquer político em eleições majoritárias a propostas de moratória é um revisionismo histórico inconseqüente, zombar da história de escolhas eleitorais de 1989 para cá... em outras palavras, é um escândalo, na acepção mais livre, leve e solta do termo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário