sexta-feira, 26 de janeiro de 2007

13

com este, vão se
13 posts neste blog em 13 meses...
... 13% de juros ao ano de alegria pós-fixada e devidamente indexada...
... 13 dias de busca na cratera em São Paulo terminados...
... hoje é dia 26, "duas veis treze" tem treze letras...
a culpa é do PT, então?

Similaridade e conseqüência se confundem propositadamente em autores astutos, e não excluamos os grandes filósofos e cientistas. Na justaposição você enxerga o julgamento destes autores e, por vezes, o de sua própria alma.

A Folha, sobre Lula em Davos:

Vim em 2003 [logo após a posse] mostrar como era possível criar uma política consistente para reduzir a miséria no Brasil", gabou-se.

terça-feira, 16 de janeiro de 2007

Uma cratera

Uma cratera é uma cratera. Uma cratera não é amoral. Uma cratera não vota, não tem partido político. Uma cratera não tem gosto, cor, ou peso. Uma cratera não tem nem profundidade. Uma cratera é, apenas, convexa.

Nesta hora de aperto, nada vale o que eu ou o ninguém mais pensamos, achamos deixamos de achar gostaríamos de querer achar sobre qualquer coisa. Nesta hora uma jabuticaba nesta hora é só uma fruta redonda que vive a cair do pé e suja a roupa. Nesta hora o que sobra é só uma cratera.

terça-feira, 9 de janeiro de 2007

Hayek como papel higiênico, I.

Existe uma diferença entre ser e dizer-se ser. Os articuladores do nosso passado são os mesmos que desejam desarticulá-lo no futuro, e por isso os considero aproveitadores de hoje e de ontem. O liberalismo é apenas a célula-tronco da vez na construção do grande novo sentimento conservador brasileiro.

É necessário dirigir uma pergunta aos seguintes grupos, hoje tão liberais, verdedairos libertários no século XXI:

a) perpetradores e simpatizantes do golpe de 1964 (ao contrário de Stalin, estão bem e vivos) ,

b) criadores do modelo do milagre brasileiro, do ora tão amaldiçoado Estado investidor,

c) apoiadores da censura, da tradição, família e propriedade e bons costumes de gente de bem. Promotores silenciosos obsequiosos ou beligerantes de balcão de botequim dos assassinatos políticos em nome do Estado.

d) outros que tenham propalado a moda do momento antes e depois: antes, golpe "governar é construir estradas" tortura empréstimos internacionais, hoje, democracria civilizada pois tudo que é inglês é bom e sábio e como é que puderam votar nesse cara? Banco Central do Brasil empréstimos internacionais.

A pergunta é "quando isto também der errado, vocês vão apoiar o quê?"

É muito bonito citar Hayek, "why the worst get on top", amaldiçoando altitonante do olimpo da moral absoluta todo esforço contaminado pela "síndrome da vontade política" como um congraçamento com Stálin, Mao e todos os outros artífices do pecado original, da semente do presumível engodo a que todos os que levantam a cabeça e perguntam "tem outro jeito?" estariam fadados ou então maliciosamente embarcaram, na inescapável busca individualista pela máxima utilidade, tal qual um escorpião sobre um elefante atravessando o rio. E isto se for para considerar que a avaliação de Hayek é desprovida de contradições

Mas vejam que usualmente no Brasil nem se chega mesmo a citar Hayek, Adam Smith ou, sei lá, James Naismith com a sinceridade de um campo de abóboras. A coisa pára bem antes disso, antes de que se possa apontar uma falácia na fundamentação do típico raciocínio pseudoliberal do início do século no Brasil. Os próprios Hayek e von Mises corariam ao ver como as coisas funcionam por aqui. Ficariam mais encabulados do que se fossem escalados como extras do filme "Um drinque no inferno" e assistissem à apresentação de Selma Hayek lá pela metade do filme. Reproduzindo o que poderiam dizer os próprios, os liberais daqui não gorgeiam como os de lá.

Mais do que uma desculpa, ser liberal é então uma boa razão para continuar igualzinho? Uma desculpa confortável para achar que as coisas como estão estão boas, a não ser quando a gente não gosta de como elas são?